'Guerra Civil' motivou Wagner Moura a 'levantar mais pontes': 'Comecei a escutar mais, falar menos'

Primeiro grande filme de Hollywood com o brasileiro como um dos protagonistas estreia nesta quinta-feira (18) e conta a história de um novo conflito interno nos Estados Unidos. Wagner Moura e Cailee Spaeny falam sobre 'Guerra Civil' em entrevista Mais do que ser o primeiro grande filme de Hollywood que o coloca como um dos protagonistas, para Wagner Moura "Guerra Civil" é também a oportunidade de se abrir para o diálogo com pessoas de com outras ideologias. "É um filme que está dizendo: 'Olha só, a polarização é o maior perigo que existe para democracias no mundo. Portanto, nós deveríamos estar nos conectando mais. Ouvindo'", conta o ator em entrevista ao g1. Assista ao vídeo acima. "Eu, pessoalmente, comecei a fazer mais isso depois de 'Guerra Civil'. Comecei a levantar mais pontes, assim. Escutar mais, falar menos." Faz sentido. O filme que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros coloca o ator brasileiro como um jornalista em um grupo que atravessa os Estados Unidos, no ápice de um novo conflito interno que divide o país em um futuro não muito distante. "Esse filme não tem uma agenda ideológica. Ele é um visto através do olhar de jornalistas, que têm, como sua natureza, serem imparciais. É uma filme que junta Texas e California contra um ditador. Por que eles não se juntariam? Se você é conservador e você é liberal, mas vocês são democratas e têm um presidente déspota." Wagner Moura em cena de 'Guerra Civil' Divulgação 'Dissonância cognitiva pedagógica' Desde que se mudou para os Estados Unidos há cerca de sete anos, depois de se tornar um nome conhecido em Hollywood por causa da popularidade da série "Narcos", Moura enfileirou trabalhos como "Wasp: Rede de espiões" (2019), "Sérgio" (2020), "Agente oculto" (2022) e a série "Sr. e Sra. Smith", de fevereiro. "Guerra Civil" é a consolidação de uma carreira que foi para o país em busca de papéis que fugissem dos estereótipos de personagens latinos. Após o lançamento nos EUA e no Canadá no último dia 12, o filme arrecadou quase US$ 26 milhões – a maior quantia para um fim de semana de estreia de uma produção do estúdio independente A24, que bancou ou distribuiu sucessos como o vencedor do Oscar "Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo" (2022). É também a oportunidade para que o ator finalmente trabalhasse com o diretor e roteirista Alex Garland, que o havia convidado para sua série "Devs", de 2020. Por motivos de agendas incompatíveis na época, a parceria só aconteceu agora. Foi o cineasta britânico responsável por "Ex Machina" – também da A24 – quem decidiu levar a história para o cenário americano, mas Moura diz que a trama poderia acontecer em qualquer lugar de um mundo dividido, que "desumaniza" cada vez mais "o outro". "Eu acho que é um filme que faz sentido em qualquer lugar. No entanto, eu acho que os americanos, que estão acostumados a produzir imagens de guerras no país dos outros, quando eles veem aquilo acontecer em Washington, aquilo é muito forte para eles", fala o ator. "Cria o que eu digo que é uma dissonância cognitiva na cabeça deles. Então, tem uma coisa aí para a sociedade americana que eu acho que é quase pedagógica." Cailee Spaeny e Wagner Moura em cena de 'Guerra Civil' Divulgação 'Vou me arrepender quando for mais velha' No filme, além de se encontrar com Garland, Moura divide grande parte do tempo de tela com Kirsten Dunst ("Ataque dos cães"), Stephen McKinley Henderson ("Duna") e Cailee Spaeny ("Priscilla"), que interpretam outros jornalistas na mesma missão. A ideia é chegar a uma Casa Branca sitiada e fazer uma última entrevista com o presidente (Nick Offerman), antes que as forças insurgentes invadam o local. Depois de uma sequência de momentos tensos e tiroteios dos mais realistas, o filme encerra com um confronto violento, que exigiu muito do elenco durante as gravações. "O que vocês estão ouvindo no terceiro ato é quase exatamente o que os atores estão ouvindo", diz Spaeny. Aos 25 anos, a atriz é um dos grandes nomes emergentes de uma jovem e talentosa geração. "Eu fiz algo que é tão coisa de ator jovem novato. Todo mundo colocou proteção para os ouvidos, e eu falei: 'não preciso deles. Quero sentir'. O que é algo que eu acho que vou me arrepender quando for mais velha." Para ela, a imersão criada por Garland com as balas de festim da mais alta intensidade assusta, mas ajuda o elenco. "Filmamos tudo em ordem cronológica, até a hora que chegamos àquele terceiro ato. Aquele tiroteio começa, todo o seu corpo vibra. Filmamos toda aquela última cena com ex-batalhões especiais da Marinha e veteranos", conta ela. "Quase parecia um documentário. Esse foi o objetivo. Queríamos gravar um filme contra a guerra, e acho que conseguimos." Kirsten Dunst, Wagner Moura e Stephen McKinley Henderson em cena de 'Guerra Civil' Divulgação

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Primeiro grande filme de Hollywood com o brasileiro como um dos protagonistas estreia nesta quinta-feira (18) e conta a história de um novo conflito interno nos Estados Unidos. Wagner Moura e Cailee Spaeny falam sobre 'Guerra Civil' em entrevista Mais do que ser o primeiro grande filme de Hollywood que o coloca como um dos protagonistas, para Wagner Moura "Guerra Civil" é também a oportunidade de se abrir para o diálogo com pessoas de com outras ideologias. "É um filme que está dizendo: 'Olha só, a polarização é o maior perigo que existe para democracias no mundo. Portanto, nós deveríamos estar nos conectando mais. Ouvindo'", conta o ator em entrevista ao g1. Assista ao vídeo acima. "Eu, pessoalmente, comecei a fazer mais isso depois de 'Guerra Civil'. Comecei a levantar mais pontes, assim. Escutar mais, falar menos." Faz sentido. O filme que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros coloca o ator brasileiro como um jornalista em um grupo que atravessa os Estados Unidos, no ápice de um novo conflito interno que divide o país em um futuro não muito distante. "Esse filme não tem uma agenda ideológica. Ele é um visto através do olhar de jornalistas, que têm, como sua natureza, serem imparciais. É uma filme que junta Texas e California contra um ditador. Por que eles não se juntariam? Se você é conservador e você é liberal, mas vocês são democratas e têm um presidente déspota." Wagner Moura em cena de 'Guerra Civil' Divulgação 'Dissonância cognitiva pedagógica' Desde que se mudou para os Estados Unidos há cerca de sete anos, depois de se tornar um nome conhecido em Hollywood por causa da popularidade da série "Narcos", Moura enfileirou trabalhos como "Wasp: Rede de espiões" (2019), "Sérgio" (2020), "Agente oculto" (2022) e a série "Sr. e Sra. Smith", de fevereiro. "Guerra Civil" é a consolidação de uma carreira que foi para o país em busca de papéis que fugissem dos estereótipos de personagens latinos. Após o lançamento nos EUA e no Canadá no último dia 12, o filme arrecadou quase US$ 26 milhões – a maior quantia para um fim de semana de estreia de uma produção do estúdio independente A24, que bancou ou distribuiu sucessos como o vencedor do Oscar "Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo" (2022). É também a oportunidade para que o ator finalmente trabalhasse com o diretor e roteirista Alex Garland, que o havia convidado para sua série "Devs", de 2020. Por motivos de agendas incompatíveis na época, a parceria só aconteceu agora. Foi o cineasta britânico responsável por "Ex Machina" – também da A24 – quem decidiu levar a história para o cenário americano, mas Moura diz que a trama poderia acontecer em qualquer lugar de um mundo dividido, que "desumaniza" cada vez mais "o outro". "Eu acho que é um filme que faz sentido em qualquer lugar. No entanto, eu acho que os americanos, que estão acostumados a produzir imagens de guerras no país dos outros, quando eles veem aquilo acontecer em Washington, aquilo é muito forte para eles", fala o ator. "Cria o que eu digo que é uma dissonância cognitiva na cabeça deles. Então, tem uma coisa aí para a sociedade americana que eu acho que é quase pedagógica." Cailee Spaeny e Wagner Moura em cena de 'Guerra Civil' Divulgação 'Vou me arrepender quando for mais velha' No filme, além de se encontrar com Garland, Moura divide grande parte do tempo de tela com Kirsten Dunst ("Ataque dos cães"), Stephen McKinley Henderson ("Duna") e Cailee Spaeny ("Priscilla"), que interpretam outros jornalistas na mesma missão. A ideia é chegar a uma Casa Branca sitiada e fazer uma última entrevista com o presidente (Nick Offerman), antes que as forças insurgentes invadam o local. Depois de uma sequência de momentos tensos e tiroteios dos mais realistas, o filme encerra com um confronto violento, que exigiu muito do elenco durante as gravações. "O que vocês estão ouvindo no terceiro ato é quase exatamente o que os atores estão ouvindo", diz Spaeny. Aos 25 anos, a atriz é um dos grandes nomes emergentes de uma jovem e talentosa geração. "Eu fiz algo que é tão coisa de ator jovem novato. Todo mundo colocou proteção para os ouvidos, e eu falei: 'não preciso deles. Quero sentir'. O que é algo que eu acho que vou me arrepender quando for mais velha." Para ela, a imersão criada por Garland com as balas de festim da mais alta intensidade assusta, mas ajuda o elenco. "Filmamos tudo em ordem cronológica, até a hora que chegamos àquele terceiro ato. Aquele tiroteio começa, todo o seu corpo vibra. Filmamos toda aquela última cena com ex-batalhões especiais da Marinha e veteranos", conta ela. "Quase parecia um documentário. Esse foi o objetivo. Queríamos gravar um filme contra a guerra, e acho que conseguimos." Kirsten Dunst, Wagner Moura e Stephen McKinley Henderson em cena de 'Guerra Civil' Divulgação