Os robôs vão dominar o mundo? É a hora perfeita para ler Isaac Asimov - ISTOÉ

Os robôs vão dominar o mundo? É a hora perfeita para ler Isaac Asimov  ISTOÉ

Os robôs vão dominar o mundo? É a hora perfeita para ler Isaac Asimov - ISTOÉ
AMAZON MUSIC FREE
AMAZON MUSIC FREE
AMAZON MUSIC FREE
ANDROIDES Cena de Eu, Robô, adaptação do texto de Asimov (abaixo) regras para proteger os humanos (Crédito Divulgação)

Felipe Machadoi Felipe Machado https istoe.com.br autor felipe machado

O primeiro robô do mundo nasceu em um palco de teatro. A palavra foi mencionada na peça R.U.R., do tcheco Karl Capek, em 1921. Situada na Inglaterra pós Revolução Industrial, contava a história de um homem de negócios que criara seres humanos artificiais para trabalhar em suas fábricas. Apesar das boas intenções inicias, os androides se rebelaram e exterminaram toda a raça humana. O cenário pessimista causado por um avanço tecnológico estava ligado aos tempos sombrios a Europa havia acabado de sair da Primeira Guerra Mundial, onde máquinas sofisticadas, como aviões e tanques, haviam trazido morte e destruição para milhares de pessoas. Nada mais justo, portanto, do que imaginar que esses tais robôs poderiam causar um mal ainda maior.

Ao longo das décadas de 1920 e 1930, esse foi o tom da maioria das narrativas desse estilo. Até que, em 1940, um jovem escritor russo radicado nos EUA publicou um conto chamado Robbie, sobre uma babá de aço que era amada pelas crianças. Na sequência, lançou Razão, em que uma máquina em formato humano se tornava religiosa. A terceira história, Mentiroso, trazia um autômato que lia a mente das pessoas e, graças a essa habilidade, ajudava um casal em crise a se reaproximar. O nome desse escritor era Isaac Asimov, um bioquímico genial que, apesar do dom para escrever sobre galáxias e universos distantes, tinha medo de viajar de avião. Hoje, mais de 500 obras e milhões de livros vendidos depois, ele é o mais bem sucedido autor de ficção científica da história.

Para evitar que seus personagens saíssem do controle e fossem usados para o mal, Asimov criou regras que impediam sua capacidade de se rebelar. São as famosas Três Leis da Robótica, que ultrapassaram os limites da ficção e são discutidas a sério por futuristas e engenheiros (leia box abaixo). Enquanto muitas obras do gênero ficaram obsoletas, é impressionante constatar como seus livros envelheceram bem. É o que mostra uma série de relançamentos baseados nas trilogias Império Galáctico e Fundação. Enquanto a primeira está reunida em um box especial, a segunda ganha adaptação audiovisual em formato de série, para o streaming AppleTV .

Escritos entre 1945 e 1951, Império Galáctico traz os três primeiros romances de Asimov Pedra no Céu, Poeira de Estrelas e As Correntes do Espaço. Inspirados em A História do Declínio e Queda do Império Romano, clássico do século XVIII, suas histórias envolvem mil anos de civilização. Já a trilogia Fundação apresenta temas ainda mais complexos. Apesar de escrito nos anos 1950, o enredo é tão atual que chega a chocar em um futuro distante, os habitantes do planeta Synnax sofrem com a elevação do nível dos oceanos. Em vez de apelar para as soluções apontadas pelos cientistas, recorrem ao fundamentalismo religioso, acreditando que líderes espirituais conseguirão resolver o problema – e tudo dá errado.

O fascinante em ambas as tramas não é a capacidade de antever engenhocas modernosas ou de fazer previsões – embora elas apareçam bastante –, mas o fato de apresentar conceitos atemporais, forjados principalmente em uma ética que sequer existia, mas que já fundia razão e tecnologia.

Em outro lançamento, a novela policial Robôs e Império, a integração das duas trilogias se dá por meio de um enredo à moda antiga um homem e um robô atuam em parceria para desvendar um crime. Hoje em dia, enquanto discutimos o papel da inteligência artificial no cotidiano, é um bom momento para voltarmos às obras de Asimov e aprendermos com suas histórias que, apesar de terem como inspiração a alta tecnologia do futuro, são grandes lições para a humanidade do presente.

> “A comunicação será feita por vídeo e áudio poderemos ver as pessoas pelo telefone” A primeira transmissão nesse formato ocorreu em laboratório, no início dos anos 1960. Foi o suficiente para o autor perceber que aquilo viraria padrão

> “Robôs não serão bons ou maus eles apenas farão parte do nosso dia a dia” Asimov percebeu que, antes mesmo dos autômatos possuírem braços e pernas, como ele descrevia em seus livros, teríamos máquinas de diversas formas e tamanhos, capazes de realizar tarefas repetitivas em série

“Telas planas substituirão os aparelhos de TV e cubos transparentes permitirão transmissões de imagens em 3D. E teremos carros controlados por cérebros robôs” Asimov antecipou o que viria a ser a realidade virtual do metaverso, além dos veículos guiados por satélites

As regras criadas por Isaac Asimov para condicionar o comportamento dos andróides foram mencionadas pela primeira vez no livro Eu, Robô, de 1950. Surgiram da necessidade de garantir que, pelo menos na ficção, eles não seriam usados para o mal. A primeira lei diz que um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. A lei no 2 determina que robôs devem obedecer todas as ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos que contrariem a primeira regra. A terceira lei diz que os robôs devem proteger sua própria existência, desde que isso não entre em conflito com as duas primeiras leis. Mais tarde, Asimov criou a “Lei Zero” um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que ela sofra algum mal.

Nota de esclarecimento A Três Comércio de Publicaçõs Ltda. (EDITORA TRÊS) vem informar aos seus consumidores que não realiza cobranças por telefone e que também não oferece cancelamento do contrato de assinatura de revistas mediante o pagamento de qualquer valor. Tampouco autoriza terceiros a fazê lo. A Editora Três é vítima e não se responsabiliza por tais mensagens e cobranças, informando aos seus clientes que todas as medidas cabíveis foram tomadas, inclusive criminais, para apuração das responsabilidades.



Via Google News