Estrangeiros sacam R$ 5,9 bilhões da bolsa brasileira, dólar deve subir mais? - Cointimes
Estrangeiros sacam R$ 5,9 bilhões da bolsa brasileira, dólar deve subir mais? Cointimes
Em 2022 o dólar viu uma queda de 17% para cerca de R$ 4,62, antes de subir 9,6% de 20 de abril até hoje (2 5) para mais de R$ 5,00 novamente. E os investimentos estrangeiros no país (e os seus saques) podem ter uma relação com este movimento.
Neste ano, os estrangeiros chegaram a aportar cerca de R$ 70 bilhões na B3 antes de começarem a sacar seus investimentos para fora do país novamente. A ValorInveste noticiou em março que os investidores estrangeiros fizeram mais saques do que aportes pela primeira vez no ano, mas o valor negativo foi de apenas R$ 34 milhões.
Hoje, porém, o economista Pablo Spyer compartilhou no Telegram que os investidores estrangeiros chegaram a sacar R$ 611 milhões da B3 em apenas um dia, 28 de abril.
“No mês, estrangeiros sacaram R$ 5,936 bilhões líquidos da bolsa brasileira. O saldo é positivo em R$ 59,391 bilhões no ano.”, continuou Spyer.
De acordo com dados publicados pela própria bolsa de valores, o investidor estrangeiro representou mais da metade (54,57%) do volume de negociações gerais no mês anterior.
Por diversos motivos o dólar está praticamente sempre subindo, desde a discrepância das metas inflacionárias de cada país até a atratividade por capital estrangeiro.
O próprio Warren Buffett já chegou a errar sobre o real em relação ao dólar, dizendo que o real poderia valer mais do que a moeda americana no futuro. Desde a declaração o dólar já subiu 209% em relação ao real brasileiro.
O que eu achei da recente declaração de Buffet sobre o Bitcoin?A mesma coisa que achei em 2008, quando ele disse que o Real valeria mais que o dólar NADA. Respeito opiniões de terceiros, mas o meu foco sempre estará nos fundamentos. pic.twitter.com 9ubaogHtFW
Mas, voltando ao momento atual, o economista e especialista em investimentos da Mobills, Marcos Vitor, disse ao Cointimes que o movimento recente de alta do dólar era um retorno à normalidade. “Estava tendo muita especulação sobre uma subida do real, sem nenhuma justificativa.”.
O economista afirmou que, nas semanas anteriores, “o dólar teve um comportamento curioso, que foi uma desvalorização mesmo com os fundamentos fiscais e econômicos se deteriorando.”. No entanto, admitiu que “é bem pé atrás” com qualquer tipo de previsão e não arriscou chutar até onde iria essa subida.
“Esse ano, o Brasil tá batendo recordes de entrada de capital estrangeiro na nossa bolsa. Primeiramente, [porque] o Brasil é uma das principais potências no que diz respeito à commodities, e estas estão valorizando muito e com expectativa de subirem mais.
Esse mês de abril foi bem atípico, com essa forte retirada do capital, o que influenciou no câmbio. Contudo, é quase impossível arrumar uma justificativa pra tudo que acontece na bolsa. O que a gente sabe é que houve essa queda. A questão é isso deve acender um sinal de pessimismo nos investidores? Eu vi várias pessoas dizendo que não, que a tese das commodities continua forte, mesmo com o aumento das taxas de juros americanas.”
Por fim, o aumento da taxa de juros dos EUA acima do esperado nesta segunda feira também pode influenciar a alta do dólar, já que um dos maiores motivos para a valorização do real supostamente era o maior juro real no mundo, com uma Selic significativamente maior que a inflação.
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